Jesus nunca pretendeu que o desfrutar de Sua
presença substitui-se o desfrutar da presença de amigos cristãos. Entendeu?
Jesus nunca pretendeu que o nosso desfrutar de Sua presença substitui-se o
desfrutar da presença de amigos cristãos.
Vou colocar de outra forma. Quando Cristo morreu
para que pudéssemos desfrutá-lo supremamente, Ele não anulou o desfrutar da
amizade cristã – amigos. Ele o criou quando morreu. Cristo sempre pretendeu que
o seu relacionamento com Ele fosse o pulsar da sua amizade com outros. A
presença de Cristo seria a alegria central da amizade cristã. E a alegria da
amizade cristã magnificaria a dignidade de Cristo, porque Ele é o Tesouro que
os amigos têm em comum. Essa é a maneira que Ele pretende que seja.
Agora, onde que eu vejo isso neste texto? Olhe o
versículo 17 [de 2 Tm 4]. Apesar de todos terem abandonado a Paulo, ele diz:
“Mas o Senhor permaneceu ao meu lado e me deu forças”. Então, “eu tenho um
amigo! Saibam, todos que me abandonaram, eu tenho um amigo!” Isto
definitivamente não é o que ele fala.
“Mas o Senhor permaneceu ao meu lado e me deu
forças” – se isso fosse tudo o que tivéssemos você poderia dizer: “Você vê?
Jesus veio. Jesus sempre vem! E se Jesus vem, deixe aqueles amigos falhos e
finitos irem embora. Quem se importa? Eu tenho Jesus!”
O que Paulo diz? Verso 9: “Procura vir ter comigo
depressa”. Timóteo. Verso 21: “Apressa-te a vir [caso você não tenha prestado
atenção da primeira vez], apressa-te a vir antes do inverno”. “Eu quero a
presença de Timóteo!” Jesus, ao estar ao lado de Paulo, não substituiu o anseio
de Paulo por Timóteo. Ele dá forma, preenche, molda, enriquece e aprofunda a
amizade, mas não a substitui.
Paulo falou tantas vezes desta forma. Aos
romanos: “Porque muito desejo ver-vos” [Rm 1:11], “desejando há muito
visitar-vos” [Rm 15:23]. Aos filipenses: “meus irmãos, amados e mui saudosos,
minha alegria e coroa” [Fp 4:1]. Aos tessalonicenses: “assim, querendo-vos
muito, estávamos prontos a oferecer-vos não somente o evangelho de Deus, mas,
igualmente, a própria vida; por isso que vos tornastes muito amados de nós” [1
Ts 2:8].
Então, mesmo que meros seres humanos sejam amigos
inconstantes, caídos, finitos e falíveis e que Jesus nunca falhe (nunca,
nunca!), Paulo prezava e ansiava por aquelas amizades imperfeitas.
Jesus nunca pretendeu que o desfrutar de Sua
presença substitui-se o desfrutar de amigos – amigos cristãos. Cristo não
morreu para criar adoradores isolados – aqui tem um adorando e ali, outro. Ele
morreu para criar amizades que exaltam a Cristo, isto é, Ele morreu para criar
a Igreja.
Por John Piper © 2012 Desiring God Foundation. Usado com
permissão. Website em português: www.satisfacaoemdeus.org. Original: Christ Died to Give Us
Christ-Exalting Friendships. Trecho da
pregação: He Stood by Me and Strengthened
Me for the Sake of the Gospel
Tradução: Vinícius
Musselman Pimentel – Editora Fiel © Todos os direitos reservados
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