Queridos irmãos,
Compartilho com vocês mais um artigo precioso que guardo em meus arquivos. Dessa vez sobre contentamento. Que o Senhor nos dê corações contentes e satisfeitos nele!
Contentamento: “autarkes”, ”autarkeias”, “autarkes”,
“autarkeias” – suficiente para si
mesmo; forte o bastante ou que produz o suficiente para não necessitar de
auxílio ou apoio; independente de circunstâncias externas; contente com sua
sorte ou fortuna com os recursos de que possui, ainda que limitados.
I
– O QUE É CONTENTAMENTO E QUAL SUA FONTE
“Contentamento” não é
uma expressão de alegria intensa, de júbilo, mas, sim, de preenchimento, de saciedade,
de suficiência.
De fato, contentamento não tem a ver,
essencialmente, com alegria ou tristeza, com ter muito ou pouco, mas com a
confiança de que a providência de Deus sempre garantirá os recursos e meios
necessários para nosso sustento e para o cumprimento de Seus propósitos em
nossa vida.
Encontramos, ao longo da história do
povo de Deus, expressões marcantes desse contentamento buscado e experimentado
no Senhor:
·- “O
Senhor é meu pastor, nada me faltará” (Salmo 23:1).
-- “No
teu nome e na tua memória está o desejo da nossa alma” (Isaías 28:8).
-- “Minha
alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Salmo 42:2).
-- "Uma
coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na casa do Senhor todos
os dias da minha vida” (Salmo 27:4).
· - “Minha
graça de basta” (2ª Coríntios 12:9).
- “Pouco
é necessário ou mesmo uma só coisa” (Lucas 10:42).
-- “O
tesouro oculto” (Mateus 13:44).
-- “A
pérola preciosa” (Mateus 13:45-46).
A fonte do contentamento é a comunhão
íntima como o Deus Todo Suficiente. Um autor do século XVII, Jeremiah
Bourrougs, escreveu um livro sobre o contentamento a que chamou de “jóia rara
do cristianismo”. Essa obra tem uma edição resumida, em português, com o título
“Aprendendo a Viver Contente”, publicada pela PES, e vale a pena ser lida.
O contentamento, nas palavras do
Apóstolo, é um aprendizado, produto de experiências ao longo de uma caminhada
com Deus, da vivência de Seu chamado. Seus frutos são excelentes para a vida do
discípulo, tornando-o uma pessoa plena em Deus.
Por outro lado, o descontentamento é
uma condição nefasta para a alma, produto de falta de fé e de inclinações e
temores carnais, e coloca a pessoa em graves riscos de pecado e de debilidades.
II – VIVENDO NUM MUNDO DE
DESCONTENTES
O “descontentamento”
é uma filosofia de vida e um pseudo valor imposto pela sociedade moderna, que
se move pelo materialismo, pelo consumismo e pela busca constante de satisfação
egocêntrica.
A propaganda a que todos somos continua
e intensamente submetidos tem como objetivo nos manter permanentemente
descontentes e insatisfeitos:
·
Com o que temos
·
Com o que fazemos
· Com o que somos em termos de
aparência, imagem, personalidade etc.
·
Com nossas realizações pessoais
·
Com onde vivemos
·
Com nossos relacionamentos
Esse descontentamento, induzido continuamente, move a máquina do poder econômico e político numa sociedade capitalista e midiática.A filosofia fundante dessa mentalidade é o humanismo romântico, secular, materialista, hedonista, egocêntrico. Ela produz uma desconexão com a realidade, incentiva vidas artificiais, virtuais. Esse quadro de descontentamento é triste na infância, pois faz com que as crianças desde cedo sejam estimuladas ao consumismo, à satisfação de todos os desejos e vontades, a uma visão secular e materialista da vida. Não aprendem a reconhecer a graça de Deus e os valores espirituais.É perigoso na adolescência, uma vez que faz os jovens caminharem rapidamente para as drogas, para a busca desenfreada de prazer, para o consumismo. Sentem-se desajustados, deslocados, incompletos, vazios, não se conformam com sua vida, aparência, condição social etc. O descontentamento é doloroso no meio-dia da vida, produzindo tristeza, desânimo, depressão, amargura, pessimismo. Traz a sensação de que todo o investimento de uma vida foi em vão e de que agora já não há mais tempo para consertar ou para buscar algo novo. Ele é trágico na velhice, pois retira todo o valor da existência, deixando apenas vazio e frustração. O descontentamento é desesperador na eternidade.
Que o Senhor nos ensine a viver contentes em qualquer circunstância, para sermos firmes e inabaláveis no amor e no serviço do Reino e para sermos pessoas cheias de Sua graça, de Sua paz e de Sua bondade.
Fernando Saboia - Pastor em Brasília
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