"Naamã tinha um problema. Dos grandes. Embora fosse “muito respeitado e honrado pelo seu senhor”, e apesar de que “por meio dele o Senhor dera vitória a Síria” graças a sua habilidade militar, esse exímio general sofria de uma doença contagiosa de pele que causava nojo na maioria das pessoas (2Rs 5:1). Se vivesse em Israel, seu problema de saúde o teria impedido de servir em qualquer repartição0 pública (Lv 13:46).
Certo dia, uma moça que trabalhava como serva em sua casa e que conhecia o ministério do profeta Eliseu sugeriu que Naamã visitasse aquele grande homem de Deus para ser curado de sua doença. Ele obteve permissão do rei para fazer uma visita que e partiu rapidamente com presentes caríssimos: “Trezentos e cinquenta quilos de prata, setenta e dois quilos de ouro e dez mudas de roupas finas” (2Rs 5:5). Chegou a Israel com grandes esperanças – e um equívoco comum em relação à maneira de Deus trabalhar.
Naamã não só queria impressionar Eliseu com sua grande comitiva de cavalos e carruagens e com presentes especiais, como também esperava ver alguns fogos de artifício espirituais em seu favor. Ele ouvira histórias sobre os milagres de Eliseu e presumiu que Deus sempre fazia as coisas de maneira espetacular e esplendorosa. Estava prestes a se desapontar.
O profeta nem sequer saiu para cumprimentá-lo. Em vez disso, mandou seu servo instruir o general ofendido a ir juntamente com sua comitiva ao barrento rio Jordão, a cerca de quarenta quilômetros daquele local, e ali tomar sete banhos. Depois disse, disse o servo, ele estaria curado.
Naamã se sentiu insultado e ficou furioso. “Eu estava certo de que ele sairia para receber-me”, retrucou o general, “invocaria em pé o nome do Senhor, o seu Deus, moveria a mão sobre o lugar afetado e me curaria da lepra” (2Rs 5:11).
Enquanto Naamã saía esbravejando da casa, dizendo com os dentes cerrados que os rios de sua terra colocavam o Jordão no chinelo, seus companheiros gentilmente tentavam lhe mostrar outra perspectiva. “Meu pai”, disseram eles, “se o profeta lhe tivesse pedido alguma coisa difícil, o senhor não faria? Quanto mais quando ele apenas lhe diz que se lave, e será purificado!” (5:13).
Quando, por fim, Naamã se acalmou e aceitou o conselho inteligente daqueles oficiais, descobriu que podia confiar na palavra de Deus – mesmo que ela aparentemente fizesse pouco sentido ou entrasse em conflito com as expectativas comuns. Quando ele se levantou do Jordão pela sétima vez, “sua pele tornou-se como a de uma criança” (5:14).
Naamã precisou aprender uma lição importante para todos nós: embora Deus às vezes opte por exibir seu poder por meio do espetacular e esplendoroso, Ele também pode escolher realizar Suas maravilhas mediante o simples e o comum. Seus atos não se restringem a nossas expectativas, e Sua maneira de trabalhar sempre é escolha dEle.
Afinal de contas, Ele é Deus."
Texto extraído da Bíblia de Estudo Desafios de Todo Homem.
-Alan Barbosa
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