498 anos da Reforma Protestante!


Hoje, enquanto muito protestante gasta seu tempo endemonizando o Halloween, estamos aqui pra comemorar essa data. Então, quero lembrar a todos que, muito mais relevante que falar sobre o Halloween, é falar sobre a Reforma Protestante. Se você se considera evangélico, você tem tudo a ver com isso. A sua crença atual provavelmente (e eu espero que seja) é fruto dessa grande revolução que houve dentro da igreja católica romana.
Então, o que estava acontecendo que precisasse de uma reforma? 

No terceiro seculo, no ano 321 o general Constantino teve uma visão sobre a cruz de Cristo e com essa visão ele entendeu que Cristo o faria vencer as tropas inimigas. Após isso ele decretou que a religião oficial da coroa seria o cristianismo. Com isso a igreja se tornou parte do estado e abriu mão da palavra de Deus se tornando um instituição politica e atravessando um longo período de trevas com todas as injustiças e vendas de indulgências.

Foi apenas no ano de 1328 que nasceu a "estrela da manhã da reforma". John Wycliffe era um jovem que tinha ingressado na Universidade de Oxford e teve como professor Tomás de Bradwardine, um dos grandes eruditos da época. Ao término dos estudos Wycliffe saiu em defesa da coroa, atacando a teoria que dizia que o poder temporal (estatal) se origina do espiritual (eclesiástico). Ele também discutiu com os legados do papa os pontos em debate. Parece que sua lógica inflexível, aliado a sua falta de senso da realidade política, tornava-o pouco apto para o serviço diplomático, e por isto ele não voltou a ser enviado em missões semelhantes. A partir de então ele foi usado principalmente como um polemista demolidor, que o estado inglês empregava contra seus inimigos da igreja. Este debate em que se envolveu, somada ao escândalo do “Grande Cisma”, o conduziu a posições cada vez mais ousadas, atacando não apenas o papa e os poderosos senhores da igreja, mas também os poderosos do estado. Em seu entendimento, assim como o poder espiritual tinha seus limites, o temporal também os tinha. Ele também argumentou que apenas o governante piedoso pode exercer a autoridade corretamente, e que governantes ímpios não tem autoridade legítima – sejam eles nobres, reis ou papas. Por causa disto, os nobres que antes o apoiavam foram se separando dele, deixando-o cada vez mais só.

Wycliffe então voltou para a Universidade de Oxford, onde tinha muitos seguidores e admiradores. Mas também ali o cerco se fechava. Em Lutterworth, Wycliffe e alguns de seus antigos alunos, completaram a tradução do Novo Testamento por volta de 1380 e o Antigo Testamento em 1382. Wycliffe e seus companheiros, por não conhecerem o hebraico e o grego originais, traduziram o texto do latim para o inglês. Menos de um século depois, a edição revista de Purvey havia substituído a Bíblia inicial de Wycliffe. Eles foram os primeiros ingleses a traduzir toda a Bíblia do latim para o inglês.

Em 10 de novembro de 1483 na cidade de Eisleben, na Alemanha nasceu Martinho Lutero.
Martinho Lutero foi um monge agostiniano e tornou-se pároco da igreja de Wittenberg, passou a ser um pregador muito popular, proclamando os rudimentos desta fé que redescobrira. Além disso, em sua pregação ele opunha-se a venda de indulgências, fortemente comandada por João Tetzel. Lutero decidiu tornar públicas essas idéias e em 31 de outubro de 1517 afixou na porta da Igreja de Wittenberg, sua teses acadêmicas, intituladas "Sobre o Poder das Indulgências". Seu argumento era de que as indulgências só faziam sentido como livramento das penas temporais impostas pelos padres aos fiéis. Mas Lutero opunha-se à idéia de que a compra das indulgências ou a obtenção das mesmas, de qualquer outra maneira, fosse capaz de impedir Deus de aplicar as punições temporais. Também dizia que elas nada têm a ver como os castigos do purgatório. Lutero afirmava que as penitências devem ser praticadas diariamente pelos cristãos, durante toda a vida, e não algo a ser posto em prática apenas ocasionalmente, por determinação sacerdotal. Este material resumia a aplicação prática do mais importante de sua (re)descoberta teológica até aquele momento.

Enquanto isso em Genebra sob a hábil liderança de Calvino e seus colegas, Genebra se tornou a grande cidadela da fé reformada, recebendo refugiados e visitantes de muitos lugares da Europa. Essas pessoas, ao retornarem para os seus países, contribuíram para a ampla difusão do movimento reformado. Um desses refugiados foi o reformador escocês João Knox, que, em uma carta, referiu-se a Genebra como “a mais perfeita escola de Cristo que já existiu sobre a terra desde os dias dos apóstolos”. 

Os fundamentos da Reforma Protestante foram resumidos em frases latinas conhecidas como 5 solas: Sola fide (só a fé justifica o homem), Sola scriptura (só a bíblia é a única fonte de doutrina cristã), Solus Christus (Cristo é o único mediador entre Deus e o homem), Sola Gratia (a salvação vem pela graça) e Soli Deo Gloria (toda glória é devida a Deus).

Poderíamos passar muito mais tempo falando da reforma e de tantos outros grandes nomes importantes (Felipe Melanchton, Jan Huss, Thomas Munzer, Ulrico Zuínglio, Robert Browne, Robert Harrison) mas precisaríamos de todo o mês (quem sabe nos 500 anos haha), mas o texto ficaria mais enorme do que já está e se você chegou até aqui, meus parabéns, guerreiro(a)!! O que realmente interessa é a consciência. Tanto quanto a necessidade do conhecimento histórico da igreja e principalmente a consciência de constante reforma, pois as escrituras permanecem as mesmas e Deus também, mas nós mudamos junto com a sociedade. Te incentivo a continuar lendo sobre o assunto e assistir um pequeno vídeo sobre os cinco fundamentos da reforma. 


- Guilherme Lima e Letícia Bernardo

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