“Não sejas sábios aos teus próprios olhos: teme ao Senhor e aparta-te do mal; será isto saúde para o teu corpo e refrigério para os teus ossos. " Pv. 3: 7 e 9
Temos aqui uma sentença fácil de entender, mas difícil de praticar. Não ser sábio aos próprios olhos não quer dizer que devemos ser ignorantes, burros ou algo assim. Antes, nos exorta a viver considerando todas as coisas à Luz da Palavra de Deus, não vivendo como se Deus não existisse ou, embora existindo, não tenhamos a necessidade da aprovação da Palavra de Deus para tudo que formos fazer. Esta exortação de Salomão proíbe de sermos orgulhosos, pensando que sabemos como viver neste mundo sem a total dependência de Deus.
O pecado fez todos nós pensarmos que somos sábios por nossa conta. E este provérbio vem para destruir essa pretensiosa e pecaminosa maneira de viver. Adão e Eva pensaram que eram sábios aos próprios olhos ao rejeitaram a ordem de Deus, crendo que não teriam problemas ao comerem o fruto proibido. Quantos cristãos estão fazendo as mesmas escolhas hoje em dia por se julgarem sábios!
Quando fazemos algo ou tomamos alguma decisão sem levar a Deus em oração, sem antes pedir sabedoria do alto para fazer a vontade de Deus, estamos sendo sábios aos nossos próprios olhos. Isto é algo que devemos ter em mente em cada atitude nossa, seja em nossos relacionamentos ou em nossa vida individual.
Ser sábio aos próprios olhos é algo terrível. Na verdade, é pecado porque é orgulho. Todos os que vivem de forma sábia aos próprios olhos não temem realmente ao Senhor e não se apartam do mal. Observemos a construção gramatical do provérbio: “não sejas sábio aos teus próprios olhos: teme ao senhor e aparta-te do mal...”. Para que haja temor ao Senhor é preciso não ser sábio aos próprios olhos. Uma coisa exclui a outra. Os que temem ao Senhor não vivem de forma sábia aos próprios olhos, antes submetem todas as coisas à aprovação da Palavra de Deus, pois sabem que necessitam da indispensável atuação do Espírito Santo para tudo.
Doutro modo, os que se julgam sábios aos próprios olhos não temem ao Senhor, porque vivem no seu dia-a-dia conforme sua própria vontade, escolhendo por conta própria seus caminhos, não deixando que Deus lhes mostre o certo e o errado, a maneira santa de viver e de agir, de comprar e vender, de se relacionar, de trabalhar etc. Tais pessoas não se preocupam com isso, pois se acham sábios o bastante para ter discernimento próprio sobre as coisas desta vida. São arrogantes e soberbos.
Consequentemente, os sábios aos próprios olhos não conseguem apartar-se do mal, pois não têm condições de discernirem a vontade de Deus sem a ajuda do Espírito Santo, visto que “há caminhos que ao homem parece reto, mas o fim deles é a morte” (Pv 14:12). Já os que temem ao Senhor e que, portanto, não são sábios aos próprios olhos, mas sim, aos olhos do Senhor, são libertos de muitos pecados justamente por temerem ao Senhor, por receber dEle, discernimento e sabedoria para viver a vida cristã com saúde e refrigério espiritual. Aos olhos de quem somos sábios: aos nossos ou aos de Deus?
- Alexandre Pereira Bornelli.
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