quarta-feira, 19 de março de 2014

Virtude 13: Chorai com os que choram.


"...chorai com os que choram..."
Rm 12.15

Fiquei pensando: "O que escrever sobre chorai com os que choram?" Poderia orar pedindo o ensino do Senhor, revelação da Palavra, meditar, como sempre faço antes de escrever qualquer coisa. Fiz isso, é claro. E logo aos primeiros momentos da oração, me veio à mente contar como foi esta tarde para mim. Faço-o na certeza de que não fiz nada mais que meu dever, com muita vergonha de não fazer melhor e muito mais. De verdade.

Esta tarde, na verdade, começou de manhã, quando subi várias vezes ao alojamento feminino, para atender uma aluna da Escola de Missões, que sofria com forte dor de cabeça. A primeira coisa sempre é impor as mãos e orar em nome de Jesus. Fizemos isso, eu e umas alunas. Em vez de melhorar, ela começou a ter fortes náuseas e vômitos. A função entre limpar, mudá-la de quarto para um mais arejado, trocar as roupas, verificar temperatura, hidratá-la, orar mais, me ocupou quase toda a manhã. Eu orava também para que não fosse preciso levá-la ao hospital, pois o dia de hoje (2a.feira) é sempre lotado e a espera é longa.

Às 14.30 h, como não melhorava, levei-a ao hospital. Ás vezes Deus permite e até nos dirige a agir dessa maneira, isso não deve abalar nossa fé. As quase 4 horas de espera, inevitavelmente me levaram a pensar nas muitas coisas que, como professora na Escola de Missões, como conselheira de alunos, como mãe e dona de casa eu tinha que fazer. (Gosto de organizar a semana na segunda-feira).

Em meio à longa espera não podia aproveitar o tempo para conversar com ela, pois seu estado físico não lhe permitia. Nisso chegou uma senhora, aparentando uns 50 anos de idade, vestida como uma camponesa e andando com muita dificuldade. Aliás, tiveram que trazer-lhe uma cadeira de rodas, que passava apertada pelo meio das muitas pessoas. Cerca de uma hora mais tarde, quando estávamos já em outro setor, na ante sala do atendimento médico, essa mulher veio ficar ao meu lado. Ví que tinha uma marca discreta no rosto, parecendo uma queimadura. Perguntei-lhe qual era sua doença e ela me respondeu: "Meu esposo quase me matou de bater em mim, ontem."

Formou-se um nó na minha garganta. Ela precisava ir ao banheiro e eu pude ajudá-la. Falei-lhe de Jesus e ouvi sua história. Realmente ela morava em uma área rural que fica a cerca de 70 quilômetros, viera de ambulância. Ao final de nosso encontro, ela me disse: Muito obrigada, amada! Chamaram-na em um dos consultórios e à minha aluna, em outro. Não sei o que aconteceu à mulher, mas agradeci ao Senhor pela oportunidade de chorar com ela. 

Creio que os ensinos da Palavra do Senhor são essencialmente práticos. A gente pode, sim, pensar, estudar, pesquisar sobre eles. Mas, quando Deus nos dá uma oportunidade para vivê-los, então vemos sob um prisma muito mais amplo, o seu significado. Quero ficar mais atenta a essas oportunidades, pois elas podem surgir quando menos esperar. Ah! a seminarista foi diagnosticada com sinusite, já está medicada e passa bem. Chegamos em casa no início da noite, era quase minha hora de reunião com os alunos. Como valeu a pena!

- Miriã Almeida.

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